Dias atrás eu estive olhando uma foto minha do ano retrasado (2010).
Nela notei que estava aparentando fisicamente como aparento hoje. Quem me ver realmente dirá que aparentemente não mudei nada. Mas acontece que eu mudei, remudei e estou mudando de novo. Mas o que isso tem a ver com autonomia?
Pois bem, acredito que por aparentar como eu era no passado significa que não envelheci muito. Por um lado e bom e por outro e ruim. As vezes passo por situações constrangedoras ou até engraçadas, como ser barrado numa casa de show devido a minha idade, ou melhor dizendo, devido a idade que os seguranças acreditará que eu tinha.E se eu não tivesse com a minha identidade para comprovar, teria que voltar mesmo sabendo que tinha idade suficiente para estar la? Sei que possuo o poder de responder pelos meus atos, mas não sei realmente o que deu a sub-entender que eu não era capaz disso.
As vezes é difícil tentar impor ou lutar pela autonomia, seja pela aparência, idade, status financeiro entre outros. Mostrar que é capaz de tomar suas próprias decisões vai muito além destes critérios.
No trabalho e muito comum de se ver funcionários (assim como eu) lutar pela autonomia. E nessa luta percebo que mais do que tudo a força de vontade tem que ser mantida em primeiro lugar. Antes de visar os resultados que podem ser gerados com a conquista da autonomia precisamos primeiramente alcança-la.
As novas exigências de produção se traduzem por um acréscimo de autonomia, de iniciativa, de responsabilização, de motivação, alcançados por métodos que se baseiam na polivalência, no trabalho em equipe, na integração de inteligências e saberes, no direito de expressão, nos controles descentralizados. Os trabalhadores são incitados a se exprimir e a julgar a organização do trabalho a fim de contribuir individualmente com seu saber específico e assim contribuírem para as decisões. Tal proposição, segundo D. Martin (1994), conta satisfazer o trabalhador em termos de: 1) maior interesse pelas tarefas; 2) consideração suplementar que ele acredita gozar; 3) desenvolvimento de sua engenhosidade; 4) alargamento de suas competências; 5) possibilidade de progressão funcional; 6) perspectiva de "auto-atualização" de si. (retirado do artigo
Autonomia outorgada e apropriação do trabalho')
Conseguir autonomia não significa que a tua voz será a voz da razão, mas uma voz conhecedora da razão que utilizara da mesma para fazer suas escolhas.